Circo: Maria Luiza Lopes

Retretando nos 100 Anos do Frevo.
Fotos: Anderson Guedes 

Por Gianfrancesco Mello

Apaixonada pelo circo desde criança, Maria Luiza Lopes logo se encantou com as acrobacias e o trapézio dessa arte. Ginasta, bailarina e atriz, no ano de 2001, aos 15 anos, começou a ter contato com a técnica da perna de pau e, na ocasião, conheceu Gilberto Trindade, seu futuro companheiro artístico. “Sou natural de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e isso tudo aconteceu em Natal. Depois de um tempo, eu vim fazer Licenciatura em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas pela UFPE e lá conheci o professor Marco Camarotti, que me motivou a continuar atuando na área circense”, explica.

No decorrer do curso universitário, Maria Luiza, junto com Gilberto Trindade, começou a trabalhar no desenvolvimento do livro O palco no picadeiro na trilha do circo teatro, no qual abordava a dramaturgia circense. “Depois disso, dedicamo-nos ao Circo Itinerante e, em seguida, fundamos o Circo da Trindade – Centro de Formação Aérea em paralelo ao Núcleo de Pesquisas e Experimentações no Ato Circense”, pontua. Ela frisa que a identificação com a acrobacia aérea com tecido e acrobacia de solo foi imediata por causa do seu histórico e experiência na adolescência com a ginástica.


“Fiquei no Circo da Trindade de 2001 a 2007. No ano seguinte, em 2008, comecei a trabalhar no Arraial Intercultural de Circo do Recife (Arricirco) e, ao mesmo tempo, tornei-me assessora de Circo da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Fundarpe), além de ter trabalhado no Polo Circo do Festival de Inverno de Garanhuns, de 2007 a 2010.” A circense, que batalha para valorizar a arte do circo cada vez mais no Brasil, contribuiu com a criação do Prêmio Palhaço Cascudo, lançado em 2009 pelo Governo de Pernambuco para atender às necessidades do setor, que sofre com a falta de políticas públicas direcionadas à manutenção de grupos pequenos.

Em 2011, passou alguns meses na Gerência de Serviços de Circo da Prefeitura do Recife e iniciou seu trabalho com a Escola Pernambucana de Circo (EPC), onde atua até hoje. “Além das pesquisas circenses que continuo a explorar, sou assessora técnica e artística da Trupe Circus e faço produção executiva de outros espetáculos da EPC. Também dirijo, junto com Fátima Pontes e Anne Gomes, o espetáculo Círculos que não se fecham”, enfatiza.

Com todo esse histórico, Maria Luiza Lopes fala que o circo mudou a sua vida completamente, pois nunca imaginou que a sua paixão de criança acabaria se tornando a profissão dela. “Atualmente, sou uma militante da causa circense no Brasil. Quando não estou na EPC, procuro pesquisar e me informar sobre o que está acontecendo no mundo com relação à arte circense. Acredito que o circo é o tipo de arte que permanece mais forte no imaginário popular”, comenta.


Segundo Lopes, no circo, a satisfação pessoal se concretiza ao perceber que se pode proporcionar alegria e felicidade às pessoas. “Ao perceber que os expectadores perdem o ar com as nossas acrobacias ou malabares, fico emocionada. Por causa dessa aproximação que temos com o público, sinto que, em todos os lugares por onde passamos, deixamos um pouco dos nossos corações e do nosso amor por essas localidades. Nós, que fazemos com paixão o circo no Estado, devemos compreender a importância histórica, técnica e artística de Pernambuco para essa arte. O resultado disso é que, a cada ano, temos aumentado o nosso potencial artístico e técnico no que diz respeito à magia do circo.”

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NESTE SÁBADO O GRUPO JOÃO TEIMOSO COMEMORA 23 ANOS COM O SARAU DAS ARTES

Feira que reúne 80 artesãos no RioMar termina na quarta-feira (24)

Do Choro ao Frevo: Paço do Frevo celebra Dia do Choro neste sábado