A partir desta quarta (26), “Olivier e Lili: Uma História de Amor em 900 Frases” em nova temporada no Teatro Hermilo Borba Filho

Olivier e Lili - uma história de amor em 900 frases
com Leidson Ferraz e Fátima Pontes.
Foto: Rogério Alves

Após a ótima receptividade de público e da imprensa, o Teatro de Fronteira cumpre nova temporada com a peça adulta “Olivier e Lili: Uma História de Amor em 900 Frases”, no Teatro Hermilo Borba Filho, a partir desta quarta-feira, de 26 de setembro a 12 de outubro (sempre de quarta a sexta-feira), às 20h, com ingressos a R$ 20 e R$ 10 (artistas, estudantes, professores e maiores de 60 anos). Concebida a partir de “Les Drôles”, da dramaturga franco-búlgara Elizabeth Mazev, com tradução, adaptação e direção de Rodrigo Dourado, o espetáculo traz no elenco os atores Leidson Ferraz e Fátima Pontes, que misturam suas memórias reais de infância e juventude ao texto original, em simbiose incrível, tendo ainda a companhia em cena do videomaker Márcio Andrade. A obra, uma declaração de amor ao teatro e à independência humana, revela a história verdadeira da dramaturga Elizabeth Mazev e de Olivier Py, hoje, dois aclamados artistas do teatro francês. A convivência da dupla, desde a infância, é retratada com muito humor e poesia, e o resultado é uma amizade para lá de inusitada, que vem quebrar com uma série de preconceitos.

A montagem se apropria de um texto da dramaturgia contemporânea universal e tem caráter confessional, de intimidade com a plateia. Segundo o diretor Rodrigo Dourado, “É essa dramaturgia que quebra com a narrativa linear, com os conceitos clássicos de personagem, de tempo, espaço e do próprio conceito de drama como conflito, ação, e criada a partir de temas contemporâneos”. “Lês Droles”, cuja tradução poderia ser “Os Divertidos”, apresenta vários momentos da trajetória de vida real de Olivier Py, homossexual assumido na idade adulta, e da própria dramaturga, Elizabeth Mazev, de apelido Lili, contada num curto período de tempo, transbordando amizade e amor um pelo outro. O texto foi escrito e lançado à cena em 1993, na França, com direção de Olivier e tendo ele e Elizabeth no elenco. “A obra é do começo da Internet, mas não é francamente inspirada nela. No entanto, tem muito a ver com esse padrão de narrativa da Internet, um discurso curto, direto, conciso e de forma fragmentada. Parece muito superfície, mas toca em questões bem profundas e até densas da experiência humana, como a perda, a morte e a saudade”, pontua.

E complementa: “A peça lembra um diario em que você vai contando sua história de vida aos pouquinhos. Essa possibilidade de encenar uma memória real me encantou e, principalmente, em como transformar em teatro uma vida de verdade. Para isso, foi preciso encontrar situações teatrais nos principais conflitos”. O curioso é que não só a trajetória de Olivier e Lili estará em cena, mas dos próprios atores que os interpretam, Leidson Ferraz e Fátima Pontes. “No começo do processo eu não fazia ideia que mexeria com a memória dos atores, mas o real tomou conta ainda mais desta aventura, com um humor irônico, sagaz, rápido, bem dos tempos de hoje. Não é nada grotesco, grosseiro ou desbragado. E nos instiga a um riso de canto de boca, até por trazer uma certa delicadeza, uma poesia na escrita, mas também com ironia bem contemporânea, cheia de leveza”, aponta.

A memória, então, norteia o conceito da montagem. A dos personagens da ficção/realidade, dos próprios atores em cena, do próprio teatro – já que os quatro são figuras que mantém relação com o teatro por toda a vida – e as suas possibilidades de linguagem. “São muitas camadas de memória, para rir e se emocionar”. E tudo para contar uma grande história de amizade... e de companheirismo, acima de tudo. Ainda na equipe técnica, preparação de elenco de Marianne Consentino; Iluminação de Játhyles Miranda; direção musical de Marcelo Sena; oficina de voz de Carlos Ferrera; maquiagem de Gera Cyber e direção de arte de Júlia Fontes. A montagem conta com incentivo do Funcultura e do Prêmio de Fomento às Artes Cênicas da Prefeitura do Recife.

Em curta temporada no Teatro Hermilo Borba Filho (Av. Cais do Apolo, s/n,  Bairro do Recife. Tel: 3355 3321 / 3320), de 26 de setembro a 12 de outubro (quarta a sexta-feira), sempre às 20h. Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (artistas, estudantes, professores e maiores de 60 anos). O texto é inédito no Brasil. 

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