Mostra de Culinária de Terreiro chega a 3ª edição com delícias desconhecidas e desmistifica a cultura afro-brasileira

Exposição fica no Museu da Abolição do dia 25 até 27 de maio, com entrada gratuita. Além dos pratos típicos de cultos de candomblé, haverá oficinas para os visitantes

Poucas comidas no mundo têm tanta cor, tempero e personalidade quanto a que é servida nos cultos de candomblé. Uma riqueza desconhecida e até mesmo temida por alguns. Por isso, com incentivo do Funcultura o Recife terá a oportunidade de conhecer a beleza e as delícias da gastronomia afro-brasileira com a 3ª Mostra de Culinária de Terreiro, que acontece entre os dias 25 e 27 de maio, no Museu da Abolição. A entrada é gratuita.

Este é o 3º ano consecutivo que a cidade reúne babalorixás e yalorixás, para mostrar a tradição dessas comidas e como elas influenciam a mesa dos brasileiros, em especial, dos pernambucanos. Participam da exposição 13 Terreiros de Candomblé de Pernambuco, selecionados pelo Centro de Cultura Afro – Pai Adão, que tem como líder o Babalorixá Manuel Papai, do Terreiro Obá Ogunté. Ele faz parte do tradicional Sítio do Pai Adão, que tem quase 150 anos de existência, praticando, de forma ortodoxa, o culto nagô.


São 29 pratos, que exprimem todo o sentido místico dos ritos, além de terem sabores e aromas especiais. As comidas são feitas em oferenda aos orixás, mas podem ser degustadas pelo público. Bastante diversificados, pratos como Omolucum (feito com fava, camarão e ovos e oferecida a Nanã), Ipeté (com inhame, camarão e dendê e oferecida a Oxum) e outras delícias, como a calda de goiaba de Oxum, devem conquistar o público.

Destaque também para a canja de Oxalá, oferecida para uma das principais entidades do Candomblé. Uma das novidades desta edição é o Latapá, oferecido na Barraca do Orixá Obá. Ele é preparado com milho verde, camarão, amendoim em pó, castanha em pó, gengibre ralado, azeite de dendê, cebola e cebolinho. Também será oferecido, pela primeira vez, o pato para Yemanjá.

A mostra surge para desmistificar a culinária desenvolvida nos terreiros de candomblé e firmar o zelo pela tradição e liberdade de crenças. “Não há ritual, nem festa, sem oferenda de comidas. As comidas são preparadas na cozinha do terreiro, que é parte do seu espaço sagrado. As cozinheiras são portadoras do conhecimento ancestral, passado de geração em geração às iniciadas nos mistérios da comunidade”, diz o presidente da Comissão Pernambucana de Folclore e consultor técnico do projeto, Roberto Benjamin.

Em sua 3ª edição, a Mostra Culinária de Terreiro vai oferecer ainda a oficina “Aprendendo com quem sabe”, onde os conhecedores dessa rica culinária, vão ensinar o modo tradicional de fazer a “comida de santo”. As inscrições para as oficinas serão feitas no local da mostra, com vagas limitadas.

A Mostra Culinária de Terreiro é realizada pela produtora Aurora 21 e pelo Centro de Cultura Afro Pai Adão, com incentivo do Funcultura.
   
Serviço:
3ª Mostra de Culinária de Terreiro;
Exposição para o público: de 25 a 27 – sexta, abertura às 19h, com a realização de um xiré (ato religioso com cânticos sagrados em línguas africanas) e sábado e domingo, das 16h às 21h
No Museu da Abolição, Rua Benfica, 1150 – Madalena, Recife-PE;
Entrada franca;
Inscrições para oficina serão feitas no local, com vagas limitadas

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