Conversa com Café e Sobre um Paroquiano no Teatro Arraial nesta quinta (24)

Nesta quinta (24), no Teatro Arraial, na Rua da Aurora, às 19h30, o projeto "Conversa com Café" recebe o bailarino, coreógrafo, músico, jornalista e crítico de dança Marcelo Sena, da Cia. Etc. É aberto ao público e gratuito. O projeto "Conversa com Café" é uma ação da Compassos Cia de Danças e vem acontecendo todas as quintas de maio, com debates sobre as artes do corpo, dramaturgia e poesia, sempre com um convidado diferente. Depois do bate-papo, às 20h, tem a apresentação do espetáculo "Sobre um Paroquiano", com os bailarinos Patrícia Costa, Gervásio Braz, Priscilla Figueiroa, Fábio Costa, Adriana Ayub e Marcela Felipe, além da presença de Ana Carolina na sonoplastia, interagindo com os elementos da cena. A direção é de Raimundo Branco e a peça se baseia na obra “Um paroquiano inevitável”, de Hermilo Borba Filho. Para assistir ao espetáculo o ingresso tem preço único de R$ 10,00.
 Na sexta (25), a montagem segue para Aliança. Será a terceira apresentação dentro do projeto de circulação aprovado pelo Funcultura. “Sobre um Paroquiano” já passou por Lagoa do Carro e Olinda (na Casa da Rabeca). Até o final do ano chegará ainda a Lajedo, Cachoeirinha, Calçado, Vila Pau Ferro (distrito de Lajedo), Iguaraci, Ingazeira e Tuparetama. No Recife, a temporada no Arraial terá mais duas encenações, nos dias 31 de maio e 07 de junho.

A aproximação da Compassos Cia de Danças com a obra de Hermilo Borba Filho se consolidou há pouco mais de cinco anos. Foi em 2007 que o espetáculo estreou, ainda chamado de “Um Paroquiano Inevitável”, ganhou vida, refez passos, agregou novos artistas e agora renasce em um novo percurso. Uma família, seus compassos e descompassos diante do absurdo da existência. A poesia agreste e sublime entranhada na convivência entre Mãe, Pai e os filhos Poeta, Atleta e Noivo. E a Noiva. E o misterioso Enéas. Em três almoços, um espetáculo nasce, uma vida se espelha, com seus desatinos e encontros. Corpo e voz no desnudamento de um cotidiano apinhado de encruzilhadas. Dança, teatro, cinema... artes e afetos desenhados sobre a mesa, repleta de gostos e cheiros, de vida e de morte.
“Mudamos o título pelo entendimento de que o espetáculo mostra aquilo que a companhia entende por Hermilo e sua obra e não uma transposição direta do texto de Borba Filho para a expressão dançada. Nesta versão, com 50 minutos de duração divididos em “três almoços”, o espetáculo acontece com o texto mais presente na boca dos atores-bailarinos e um amadurecimento do elenco”, destaca Raimundo Branco, que assina a direção e coreografia. Os bailarinos/atores, dançam/interpretam os conflitos de uma família pequeno-burguesa. As relações são marcadas por desentendimentos.
A movimentação é baseada em ações cotidianas e comportamentos habituais dentro de uma casa, como sentar, deitar, andar, arrumar os ambientes, ir ao banheiro, estar num quarto, lavar as mãos e varrer a casa, aliados a técnicas de dança contemporânea e capoeira. Dessas ações aparentemente corriqueiras, varrer a casa ganha uma dimensão especial, pois, além de ser utilizada como um determinante para ações coreográficas, ainda interfere nos corpos dos bailarinos com uma sonoridade que ambienta o espetáculo.  A preparação e conscientização técnica do elenco estão sob a responsabilidade de Carlos Ferreira (voz e movimento), Luiz Roberto (clássico),  Fábio Costa (capoeira) e Raimundo Branco (Dança).
A concepção e confecção de figurinos são assinadas por Júlia Fontes e Suzi Queiroz, que fizeram um resgate das roupas entre as décadas de 30 e 60, do século passado. A iluminação, concebida por Eron Villar, traz para a cena a proposta de envelhecer o local, através da sobreposição de cores, como amarelo e verde e, em determinados momentos, é fundamental o jogo criado entre luz e sombras. A trilha sonora é composta em sua maioria por composições utilizadas no cinema e foi selecionada por Raimundo Branco, que também assina a cenografia. Aliás, o cenário está ligado ativamente à escrita e aos desenhos dançados. Em particular a mesa ao redor da qual acontece o desenrolar das relações tem papel fundamental na obra reescrita.
“Além da influência da dramaturgia Hermiliana, buscamos referências nos quadrinhos de Neil Gaiman, a partir da “família dos sete perpétuos”, constituída pelos personagens Desespero, Delírio, Morte, Destino, Sonho, Desejo e Destruição. Lars Von Trier também foi uma inspiração com os filmes Dogville, e Dançando no Escuro. O cinema e seus bastidores são uma grande referência na pesquisa da realização de um “cinema ao vivo”, como chamamos os espetáculos de dança e teatro criados a partir do estudo da linguagem cinematográfica”, diz Raimundo Branco.
O espetáculo foi criado para um palco em arena ou semiarena, por esta razão, todos os ângulos foram coreografados procurando explorar os possíveis focos de uma câmera de cinema. Com a intenção de oferecer ao espectador o direito de escolher o que deseja ver/assistir. Na temporada do Arraial o público pode escolher se quer sentar na plateia ou no palco, em volta da cena.

FICHA TÉCNICA:

BAILARINOS:
                   Patrícia Costa,
                   Gervasio Braz,
                   Priscilla Figueiroa,
                   Adriana Ayub
                   Fabio Costa,
                   Marcela Felipe

Bailarina estagiária e sonoplasta:
                   Ana Carolina

Iluminador:     
                    Eron Villar

Assistentes e bailarinos estagiários:
Adriana Ayub
Anderson Monteiro

Direção e produção:
                     Raimundo Branco

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